O início das aulas é um marco na trajetória de todo estudante que ingressa no ensino superior. Esse momento tão aguardado reúne sentimentos como curiosidade, dúvidas e ansiedade sobre o dia a dia da jornada universitária. Pensando nisso, alunos veteranos das instituições de ensino da Ânima Educação, entre elas os da UniSociesc, que já vivenciaram essa apreensão comum de quem é novato, decidiram arregaçar as mangas para receber os novos colegas. Foi assim que surgiu o Projeto Acolher, uma iniciativa de veterano para novato que se tornou Projeto de Extensão do Ecossistema Ânima, e pode ser considerada a maior e mais inovadora rede nacional de apoio e acolhimento de universitários do país.
O projeto foi lançado em junho de 2020, pensado e liderado pelos próprios alunos. E apesar de ainda recente, já alcançou e auxiliou mais de 28 mil novos universitários das instituições de ensino da Ânima Educação, uma das maiores organizações de ensino superior do país. E envolveu também mais de 100 alunos veteranos que se inscreveram no projeto. A iniciativa já apresenta resultados expressivos contribuindo com a queda da evasão de calouros que atualmente é menor que 2% entre os que participam das ações do Acolher.
“O Projeto Acolher nasce da experiência de veteranos, que já viveram a fase de transição para o ensino superior, com a necessidade de ações de integração dos calouros por parte de toda a comunidade acadêmica. Desta forma, a expectativa positiva com que os novatos chegam à universidade em relação à sua experiência acadêmica se torna uma realidade. A Ânima apoia e orienta os alunos do Projeto Acolher nas ações e isso garante a legitimidade da fala e das propostas, que são de estudantes para estudantes.” explica Monica Fardin Grasseli, diretora do Sucesso do Estudante.
A dinâmica do projeto traz aprendizados para todos os envolvidos. Dividido pelas áreas do conhecimento em ‘gerúndios’, o Acolher agrega veteranos de diversas graduações: Arquitetando (Arquitetura e Urbanismo & Design), Codando (TI & Comunicação), Comunicando (Comunicação & Artes), Cuidando (Ciências Biológicas & Saúde), Desembolando (Psicologia e Serviço Social), Engenheirando (Engenharias), Ensinando (Licenciaturas), Endireitando (Ciências Jurídicas), Negociando (Gestão & Negócios), Veterinando (Ciências Agrárias).
Assim que se matriculam, os novos alunos recebem contato personalizado com convite para participar do projeto por meio do Ulife – plataforma acadêmica exclusiva do Ecossistema Ânima. A partir daí, os ‘gerúndios’ passam a oferecer atividades como palestras, cursos, tira-dúvidas e oficinas, apoiados pelos coordenadores da graduação. Nessa troca, os novatos têm a oportunidade de dar início à trajetória acadêmica já integrados a uma rede nacional de amigos, além de poder se preparar para o início das aulas em cursos de nivelamento e reforço de conteúdo. E os veteranos podem desenvolver skills e competências socioemocionais consideradas fundamentais para os profissionais do futuro como empatia, networking e trabalho colaborativo ou em rede.
De acordo com Heber Pegas, estudante de Engenharia Civil da Universidade São Judas, de São Paulo, que integra o Ecossistema Ânima, mais que acolhimento, o Acolher é pensado para facilitar a transição dos novatos para dentro do ambiente universitário. “É uma satisfação muito grande ajudar os colegas que estão chegando agora repletos de dúvidas e questões. Como um dos líderes da iniciativa, tive a oportunidade de aprender sobre liderança, trabalho em equipe, comunicação, desenvolvimento humano, entendendo o problema do outro e fazendo o máximo para ajudá-lo, além de estar em contato com os calouros de outros estados”, ressalta ele, que faz parte ‘Engenheirando’, o primeiro “gerúndio” criado.
Após o início das aulas, os veteranos que já participam do projeto convidam outros veteranos de todas as instituições da Ânima para que possam apadrinhar um novato e ajudá-lo em sua trajetória acadêmica. Toda essa trilha de acolhimento é divulgada pelo perfil dos ‘gerúndios’ e Projeto Acolher no Instagram.
Manoela Stollmeier da Silva, 24 anos, está no quinto semestre de Publicidade e Propaganda, da UniSociesc, em Blumenau. Participou como veterana e gostou tanto que diz que gostaria muito que o mesmo tivesse sido feito quando ela entrou no ensino superior, em 2019. “Trabalhei na parte operacional do ‘Projeto Acolher’, ajudando a organizar nossas reuniões e encontros internos. Mas tive muito contato com os calouros. Formamos um grupo no WhatsApp com calouros e veteranos. Ali é possível tirar várias dúvidas de quem está chegando. Tivemos feedbacks muito positivos sobre essa recepção inovadora”, diz.