No Dia Mundial do Meio Ambiente, especialista da instituição alerta sobre soluções sustentáveis à preservação e redução de impacto da natureza.
Diante da pandemia e busca de recuperação econômica em todo o planeta, cada vez mais consumidores e investidores mundiais têm levado em consideração, como fator determinantes para a tomada de decisão, ações e consequências políticas relacionadas ao meio ambiente.
A tendência mundial é reforçada pelos dados da ONU que mostram o uso de 1,6 vezes a mais dos recursos que a natureza pode fornecer de forma sustentável, sendo necessário restaurar cerca de 1 bilhão de hectares degradados nos próximos 10 anos, equivalente ao tamanho da China, para não haver um colapso.
Segundo relatório do Pnuma e da FAO, da Organização das Nações Unidas, a degradação do meio ambiente já atinge o bem-estar de mais de 3,2 bilhões de pessoas, cerca de 40% da população mundial, e a perda de serviços ecossistêmicos – entre eles, de florestas, água doce, oceanos e, também, de áreas urbanas – equivalem a mais de 10% da produção econômica global. “Se a preocupação com a causa ambiental for levada a sério, os países que se adaptarem terão ganhos massivos”, destacam Inger Andersen e Qu Dongyu, diretores dos projetos.
Para o professor de Desenho da Paisagem e Planejamento Urbano Regional, da UniSociesc, Rogério Pupo, deve haver o máximo de equilíbrio entre a natureza e a intervenção humana. “De forma prática, o planejamento urbano engloba o uso inteligente de recursos naturais, como, por exemplo, o tratamento de resíduos, ou seja, quanto mais reciclarmos, menor será o desgaste da natureza ou da chamada ‘pegada ambiental’, que é deixar menos marcas às futuras gerações, já que os recursos naturais são esgotáveis”, afirma.
Ele alerta para problemas graves como a estiagem no Oeste de Santa Catarina, por exemplo, que necessitam de ajustes urgentes. “Não podemos fechar os olhos, os problemas continuarão, para freá-los temos que provocar um comportamento resiliente em todas as esferas”, relata.
Da mesma forma que existem secas em algumas cidades, existem consequências advindas de enchentes em outras. “Joinville convive com alagamentos constantes e que necessitam mudanças no seu planejamento urbano para, ao menos, diminuir os seus prejuízos econômicos, sociais e ambientais”.
O professor utiliza o exemplo de Boston, nos Estados Unidos, onde foram recuperados rios que estavam submersos em tubulações da cidade por mais de 100 anos. “Esta ação refaz o entendimento e a leitura do espaço urbano construído, trazendo a importância dos recursos naturais tanto do aspecto biológico, da qualidade de vida, quanto da perspectiva paisagística das cidades com necessidades intrínsecas de ambientes agradáveis para convivência e compartilhamento”.
O consumo e o relacionamento das pessoas com o ambiente precisa ser repensado para que atenda as necessidades sem apresentar mais consequências negativas à sobrevivência humana e da natureza.
“Precisamos acelerar as soluções que todo o instrumental tecnológico pode oferecer, que nos leva a ter cidades inteligentes, por exemplo, nos auxiliando na tarefa de criar novos caminhos e, principalmente, de não repetir os erros do passado que estamos enfrentando agora”, conclui o especialista.
Foto: professor e especialista, Rogério Pupo. Créditos: UniSociesc/Divulgação.